terça-feira, 7 de outubro de 2008

Entrevista IDEIA.M: Júlio Martins e João Petiz

IDEIA. M é o nome da start-up surgida na sequência de um Projecto de Investigação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Júlio Martins e João Petiz deram luz a esta “Ideia” e aventuraram-se na criação de uma empresa de base tecnológica na área dos materiais compósitos.

Como surgiu a IDEIA.M?

A IDEIA.M teve o seu início num projecto da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no âmbito dos Projectos PESC, agora denominados Projectos LIDERA, e começou em 2004 numa proposta apresentada pelo professor Torres Marques. Entretanto, eu e o João Petiz decidimos conjuntamente em 2007 avançar para a criação de um projecto de natureza empresarial tendo por base essa ideia. A empresa surgiu na sequência desse mesmo projecto.

Quais foram os principais obstáculos à criação da empresa?

Não diria obstáculos. É evidente que houve um conjunto de dificuldades inerentes à criação da nossa empresa. A questão do financiamento juntamente com o facto de abdicarmos de estar numa empresa já estabelecida para nos dedicarmos inteiramente à nossa própria empresa, constituiu uma dificuldade. Não temos as regalias que se calhar teríamos num trabalho por conta de outrem.
Outra dificuldade reside no facto de não termos as capacidades tecnológicas à nossa volta que nos permitam implementar as nossas ideias e pôr em prática os nossos projectos de uma forma rápida e eficiente.

Qual a área de negócio da IDEIA.M?

Classificamo-nos como uma empresa de desenvolvimento de produto na área dos materiais compósitos, ou seja, o que pretendemos fazer é produzir, investigar e desenvolver produtos utilizando materiais avançados como a fibra de carbono e mesmo a fibra de vidro.
Mas há uma grande componente da empresa orientada para os instrumentos musicais, um pouco para reflectir o projecto que estávamos a desenvolver na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
O que nos diferencia dos demais players é o facto de termos a área dos instrumentos musicais como uma área de grande relevância para a empresa.
Há uma primeira abordagem que passa por garantir todo o processo de criação, produção, venda e marketing de instrumentos musicais em marca própria.
Uma segunda abordagem passa por usar todas essas competências adquiridas e aplicá-las noutras áreas de desenvolvimento, quer em termos de materiais, quer na parte de caracterização dinâmica de comportamentos de outros produtos que nos venham a ser solicitados.






"O nosso primeiro objectivo passa claramente por sermos uma empresa de referência na área dos instrumentos musicais. Queremos ser igualmente uma marca de referência no que concerne aos materiais compósitos."






O que ambicionam a médio/longo prazo?

A médio/ longo prazo pretendemos ter um Iate e um avião, mas o avião tem que ter cadeiras em carbono (risos).
Os nossos objectivos passam pela criação de postos de trabalho que nos permitam continuar a crescer de uma forma sustentável. Pretendemos ter a nossa própria unidade de produção e ter capacidade de, em Portugal, produzir coisas novas, motivando as pessoas em torno de um projecto comum, criando valor real e satisfazendo as necessidades dos nossos clientes.
O nosso primeiro objectivo passa claramente por sermos uma empresa de referência na área dos instrumentos musicais. Queremos ser igualmente uma marca de referência no que concerne aos materiais compósitos, em produtos que, à primeira vista, não estão directamente associados a este tipo de materiais.

Quais são os vossos discos /bandas preferidas?

Júlio Martins: “Alchemy” dos Dire Straits.

João Petiz: “Queen” e “The Face”.

Qual foi o último livro que leram?

Júlio Martins: “Reinventar o Mundo” de Tom Peters.

João Petiz: “Ecological Design” de Sym Van Der Ryn e Stuart Cowan.