terça-feira, 28 de outubro de 2008

Entrevista Bilobite: Mário Ribeiro

A Bilobite Engenharia, Lda é uma start-up que surgiu na sequência da participação de um grupo de estudantes universitários num concurso de ideias de negócio. Esta spin-off propõe reduzir a facturação energética das empresas através de uma solução "pague enquanto poupe". Mário Ribeiro, um dos fundadores desta jovem empresa, fala-nos das dificuldades e dos desafios que se colocam à BLB Engenharia.



Como surgiu da ideia de criar a “Bilobite”?

Em primeiro lugar, começámos por participar num concurso de ideias de negócio: o “Alumni Ideia”. Na altura começou um pouco pelo desafio, pela brincadeira e depois as coisas foram acontecendo. Foi um desafio lançado pelo Professor Rocha e Silva. Daí resultou o Prémio do Concurso de Ideias. Tudo se desenvolveu dessa forma.

Quais foram os principais obstáculos que encontraram durante o processo de criação da empresa?

Não diria que no processo de criação da Bilobite tivéssemos encontrado obstáculos. Até tivemos sorte, pois o capital social da empresa resultou do Prémio que conseguimos conquistar. Criar, em si, não é um problema. O problema reside na constituição da empresa em termos formais. Qualquer pessoa que já tenha sido empreendedora sabe que as dificuldades são enormes. Quando se tem uma ideia ou uma concepção de negócio e quando se tenta chegar ao mercado, a tarefa não é fácil. Apesar de se ter uma noção de que é muito complicado em termos iniciais, não se tem a noção da real dimensão do problema. E isto acontece mesmo quando as coisas se encontram bem estruturadas, bem planeadas e bem definidas. O que faz a diferença nisto tudo é a dinâmica que se consegue criar, os contactos que conseguimos e todo o envolvimento gerado em torno de um Projecto. Na minha óptica, ser empreendedor é uma gestão de frustrações, na medida em que actualmente é preciso ter “jogo de cintura” para se conseguir ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia. Sabemos que nos dias de hoje a grande maioria das pequenas e médias empresas têm dias menos maus e dias péssimos (risos). Numa fase inicial, esse é talvez o maior desafio, isto é, ser perseverante e nunca perder os objectivos de vista independentemente dos obstáculos que possam existir.





"Ser empreendedor é uma gestão de frustrações, na medida em que actualmente é preciso ter jogo de cintura para se conseguir ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia. "





O q
ue ambicionam conquistar a médio -longo prazo?

Ainda não colocamos os nossos objectivos a longo prazo. Neste momento, estamos com os objectivos a médio prazo. Pretendemos ter uma estrutura no mercado que nos garanta que o nosso nome esteja associado a uma empresa que realmente funciona, a uma empresa sólida. Uma das coisas mais complicadas que temos constatado é que ser desconhecido é um handicap. É fundamental começar por aí, isto é, ter um trabalho realizado para conseguir conquistar progressivamente mais notoriedade, ter boas soluções implementadas de forma a envolver as pessoas com quem trabalhamos. Pretendemos ter uma posição de mais relevo no mercado mas de uma forma consistente para que consigamos de alguma forma estar associados a projectos diversos. Por outro lado, é inegável falar na parte financeira. É claro que pretendemos estar financeiramente suportados e em condições sustentáveis.

Qual é o teu disco/ banda preferida?

"The Soft Parade", dos “Doors”.

Qual foi o último livro que leste?

Estou a terminar “A Conspiração dos antepassados”, de David Soares. Sobre Empreendedorismo, estou a ler o “Blue Ocean Strategy”, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Entrevista Practical Way: Bruno Augusto, Rafael Negretti e Manuel Parente

Bruno Augusto, Rafael Negretti e Manuel Parente são três jovens empreendedores que decidiram aventurar-se na criação de uma empresa. Practical Way é o nome do projecto que se encontra em fase de Incubação na UPTEC. Os três empreendedores falam das principais dificuldades que estão a encontrar no processo de criação da empresa e também dos novos desafios que enfrentam.

Como surgiu a ideia de criar a Practical Way?

A ideia surgiu na sequência da insatisfação de Rafael Negretti, meu amigo e sócio, com os produtos existentes no mercado. A partir desse momento, começou-se a pensar num novo produto que conseguisse satisfazer as necessidades do mercado já existente. Assim, em Janeiro de 2007, o Rafael teve uma ideia, desenvolveu essa ideia, e em Maio do mesmo ano, contactou-me e a empresa acabou por ir ganhando forma progressivamente.

Quais foram os principais obstáculos à criação da empresa?

O principal obstáculo que encontrámos pode ter sido a questão do financiamento, isto é, o dinheiro para desenvolver o projecto. Existia também a dificuldade decorrente do facto de eu já estar a trabalhar na Accenture, ter uma situação boa, estável e ter que passar para uma situação que envolvia algum risco, como seja a de avançar para a criação da própria empresa e introduzir o próprio produto no mercado.

Quais são os vossos propósitos? O que esperam conseguir no futuro?

Costumo dizer, em jeito de brincadeira, que o nosso objectivo passa por conseguirmos a reforma aos 29 anos. (Risos) O nosso propósito é criar uma empresa de base tecnológica e fazer com que essa empresa possa crescer, desenvolver-se e internacionalizar-se. Há também uma certa dose de satisfação pessoal pelo facto de termos criado a nossa própria empresa, algo que nos motiva imenso.





"O nosso propósito é criar uma empresa de base tecnológica e fazer com que essa empresa possa crescer, desenvolver-se e internacionalizar-se."







O futuro da vossa empresa passa pela Internacionalização? Que mercados esperam conquistar?

A ideia passa por apostar na internacionalização. Quanto a mercados, é uma informação que ainda não podemos revelar, mas a ideia passa sim pela internacionalização. O nosso produto vai ser lançado em Portugal e noutros países logo de início.

Qual o teu disco preferido?

Bruno Augusto: O último disco que ouvi foi "Vinicius e Amália" , álbum este gravado durante um sarau em casa da fadista e que, apesar de não ser o meu preferido, considero especial.

Rafael Negretti: Costumo ouvir Red hot chili peppers, U2, Jack Johnson.

Manuel Parente: O meu disco preferido é o "Scenes From a Memory" dos Dream Theater.

Qual foi o último livro que leste?

Bruno Augusto: Ultimamente tenho andado a ler o livro "A Gestão Segundo a Apple" da autoria de Jefrey Cruikshank, editor do Harvard Business School Bulletin.

Rafael Negretti: Partilhamos o mesmo livro, "A Gestão Segundo a Apple" de Jefrey Cruikshank.

Manuel Parente: O último livro que li foi o "Filosofia Segundo Monty Python", de Gary Hardcastle/George Reisch.

Entrevista IDEIA.M: Júlio Martins e João Petiz

IDEIA. M é o nome da start-up surgida na sequência de um Projecto de Investigação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Júlio Martins e João Petiz deram luz a esta “Ideia” e aventuraram-se na criação de uma empresa de base tecnológica na área dos materiais compósitos.

Como surgiu a IDEIA.M?

A IDEIA.M teve o seu início num projecto da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no âmbito dos Projectos PESC, agora denominados Projectos LIDERA, e começou em 2004 numa proposta apresentada pelo professor Torres Marques. Entretanto, eu e o João Petiz decidimos conjuntamente em 2007 avançar para a criação de um projecto de natureza empresarial tendo por base essa ideia. A empresa surgiu na sequência desse mesmo projecto.

Quais foram os principais obstáculos à criação da empresa?

Não diria obstáculos. É evidente que houve um conjunto de dificuldades inerentes à criação da nossa empresa. A questão do financiamento juntamente com o facto de abdicarmos de estar numa empresa já estabelecida para nos dedicarmos inteiramente à nossa própria empresa, constituiu uma dificuldade. Não temos as regalias que se calhar teríamos num trabalho por conta de outrem.
Outra dificuldade reside no facto de não termos as capacidades tecnológicas à nossa volta que nos permitam implementar as nossas ideias e pôr em prática os nossos projectos de uma forma rápida e eficiente.

Qual a área de negócio da IDEIA.M?

Classificamo-nos como uma empresa de desenvolvimento de produto na área dos materiais compósitos, ou seja, o que pretendemos fazer é produzir, investigar e desenvolver produtos utilizando materiais avançados como a fibra de carbono e mesmo a fibra de vidro.
Mas há uma grande componente da empresa orientada para os instrumentos musicais, um pouco para reflectir o projecto que estávamos a desenvolver na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
O que nos diferencia dos demais players é o facto de termos a área dos instrumentos musicais como uma área de grande relevância para a empresa.
Há uma primeira abordagem que passa por garantir todo o processo de criação, produção, venda e marketing de instrumentos musicais em marca própria.
Uma segunda abordagem passa por usar todas essas competências adquiridas e aplicá-las noutras áreas de desenvolvimento, quer em termos de materiais, quer na parte de caracterização dinâmica de comportamentos de outros produtos que nos venham a ser solicitados.






"O nosso primeiro objectivo passa claramente por sermos uma empresa de referência na área dos instrumentos musicais. Queremos ser igualmente uma marca de referência no que concerne aos materiais compósitos."






O que ambicionam a médio/longo prazo?

A médio/ longo prazo pretendemos ter um Iate e um avião, mas o avião tem que ter cadeiras em carbono (risos).
Os nossos objectivos passam pela criação de postos de trabalho que nos permitam continuar a crescer de uma forma sustentável. Pretendemos ter a nossa própria unidade de produção e ter capacidade de, em Portugal, produzir coisas novas, motivando as pessoas em torno de um projecto comum, criando valor real e satisfazendo as necessidades dos nossos clientes.
O nosso primeiro objectivo passa claramente por sermos uma empresa de referência na área dos instrumentos musicais. Queremos ser igualmente uma marca de referência no que concerne aos materiais compósitos, em produtos que, à primeira vista, não estão directamente associados a este tipo de materiais.

Quais são os vossos discos /bandas preferidas?

Júlio Martins: “Alchemy” dos Dire Straits.

João Petiz: “Queen” e “The Face”.

Qual foi o último livro que leram?

Júlio Martins: “Reinventar o Mundo” de Tom Peters.

João Petiz: “Ecological Design” de Sym Van Der Ryn e Stuart Cowan.